domingo, 27 de fevereiro de 2011

Analisando a liturgia nas igrejas evangélicas brasileiras

Este texto trata sobre as influências produzidas e praticadas na liturgia das igrejas tradicionais e como foram transportadas e transformadas no contexto pentecostal das igrejas evangélicas brasileiras.
Considerando que toda a atividade de um culto é desenvolvida num ambiente de sentimento e piedade,  questiona-se: será que a “qualidade” de um culto pode ser avaliada, tanto do ponto de vista do indivíduo como protagonista da adoração, quanto de toda a comunidade envolvida?
Muito se tem mudado nos cultos, nos últimos anos, nas denominações pentecostais brasileiras, do ponto de vista litúrgico. Estas mudanças litúrgicas podem “apontar” para uma banalização da fé evangélica, levando-se em consideração que as influências “sofridas” no campo da liturgia, podem afetar a qualidade nos cultos, principalmente no aspecto da reverência e da “formação” do cristão, entre muitos outros pontos.
A história do pentecostalismo no Brasil indica que as igrejas pentecostais tradicionais brasileiras, entre elas a Assembléia de Deus, por exemplo, está absorvendo negativamente influências seculares e também, compartilhando, de certa forma, a prática do “evangelho antropocêntrico”, muito difundido entre as chamadas igrejas ou “movimentos neopentecostais”.
Nos últimos anos, os “elementos litúrgicos” desses “movimentos”, ditos modernos, influenciam o padrão tradicional dos cultos pentecostais. E com isso, principalmente devido a atenção dada pelas mídias, nota-se uma considerável alteração na forma como o culto é desenvolvido numa liturgia clássica. Esta alteração tem prejudicado a composição clássica da AD, que tem como elementos principais: “abertura; hinos congregacionais; leitura bíblica devocional; pregação e ensino da Palavra; etc”. 
Cito aqui alguns modismos que são inseridos nestas liturgias clássicas, por exemplo: “práticas litúrgicas judáicas, com o uso de instrumentos (réplicas) utilizados pelo povo judeu no Velho Testamento-(VT); “chavões” que visam manipular a platéia; danças diversas; músicas e “pregações” com apelos sensacionalistas, com grande dosagem de antropocentrismo.
Há muitos aspectos que são colocados como importantes numa liturgia cristã genuína, cujo valor está, principalmente, na inclinação à qualidade da prestação de um culto. Porém, temos uma "crise" existente em decorrência das mudanças na liturgia, com foco nos púlpitos das igrejas pentecostais.
Propomos uma discussão sobre a questão da “perda da qualidade” nos cultos pentecostais como consequência do “relaxamento” na reverência à Deus, apartir de uma liturgia descomprometida com os preceitos bíblicos, dotada de “sensacionalismos e desordens”, em detrimento de um culto racional bíblico. Analisamos e criticamos os modismos ditos “modernos”, que trouxeram e ainda trazem “prejuízos” ao protestantismo brasileiro.
A exposição deste texto tem como um dos seus mais importantes objetivos, “sinalizar” uma tendência na reflexão sobre a necessidade de se resgatar componentes litúrgicos antigos, caracterizados como “bons”  para o ambiente cristão, com o propósito de conscientizar os crentes atuais sobre a busca contínua de uma melhor qualidade na reverência à Deus, apartir de uma “liturgia bíblica”.
Observando o contexto pós-moderno no qual a igreja está inserida, verifica-se uma liturgia que não preza com a qualidade espiritual e que se “mistura” com conceitos “seculares”, o que pode afetar negativamente a vida espiritual dos crentes e também, inclusive, proporcionar a pregação de um evangelho que não reflete a realidade bíblica.
A liturgia tradicional, considerada por muitos como “simplória”, está sendo substituída por uma liturgia influenciada por modismos? Existe uma relação de perda de qualidade espiritual, falta de temor e relacionamento deficiente com Deus nas liturgias pentecostais atuais? Os objetivos propostos das liturgias neopentecostais são relevantes para a pregação de um evangelho verdadeiro? Há necessidade de se rever alguns aspectos das liturgias tradicionais e propor a prática dos mesmos atualmente nas igrejas brasileiras?
Não tenho como objetivo “descartar” ou desvalorizar a atuação do Espírito Santo nas liturgias pentecostais tradicionais, entretanto, pretendo enfatizar que o Deus Santo atua em ambientes que preservam a ordem e a reverência na prática de um culto.
Podemos entender a importância de uma adoração “sadia” aliada à qualidade e que, a maneira como  se oferece um culto,  pode demonstrar o “gráu” de respeito de seus membros para com Deus, além de que,  pode-se perceber a “formação” e o desenvolvimento espiritual desses “crentes”, através da adoração que oferecem.